8.18.2015

Vivo per la tua morte (1968 / Realizador: Camillo Bazzoni)


O protagonista deste filme é um homem que dominou completamente o cinema de ação na Itália entre 1958 e 1963. Este homem não era europeu. Nasceu nos EUA, cedo começou a interessar-se pelo desporto e pela atividade física em geral e alcançou a glória por mérito próprio. Quando se iniciou na alta competição, este indivíduo demonstrou a tudo e a todos que com empenho, com muito trabalho e com uma atitude positiva os resultados podem ser alcançados. O mundo do culturismo rendeu-se a seus pés quando se sagrou campeão americano em 1947, Mister Mundo em 1948 e Mister Universo em 1950. Foi uma questão de pouco tempo para se aventurar na Sétima Arte. Em Hollywood apenas protagonizou papéis irrelevantes (um deles num filme do célebre realizador Ed Wood) e decidiu atravessar o Oceano Atlântico e tentar a sua sorte no Velho Continente.

 "Banhos de sol" forçados.

Em boa hora o fez! Naquele tempo, o cinema italiano começava a fervilhar com produções de filmes mitológicos / épicos. Eram produções de baixo orçamento mas dirigidas por pessoas competentes. “Le Fatiche Di Ercole” transformou este homem no ator americano mais carismático (e mais bem pago) da Europa. Os filmes mitológicos passaram a ser a sua especialidade e a sua imagem de marca. Ele foi Hércules, Glauco, Rómulo, Eneias, o filho de Spartacus, o ladrão de Bagdad e Sandokan sempre em grandes aventuras, muita espadeirada e com músculos extremamente bem definidos.

O implacável Nello Pazzafini.

Numa fase descendente da sua carreira cinematográfica o homem aceitou protagonizar (e escrever) um western italiano mas os tempos já eram outros. “Vivo Per La Tua Morte” foi um fracasso nas bilheteiras e na crítica, o que fez com que, infelizmente, se retirasse da vida artística não pela porta grande mas sim pela porta do cavalo. Voltando para os EUA, o homem continuou a sua vida longe dos holofotes da fama só aparecendo esporadicamente em colóquios sobre culturismo até à sua morte em 2000. Embora muita gente não tenha noção disto, este homem foi a grande referência de dois dos maiores ícones do cinema de ação de Hollywood: Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Mas afinal quem é o homem?! É o grande Steve Reeves!!

8 comentários:

  1. Uma vez, vi algures no YouTube um pequeno vídeo muito esclarecedor em que Sylvester Stallone contava como nasceu o seu fascínio por Steve Reeves. Stallone era adolescente, já não estudava e ninguém lhe dava trabalho. Um dia foi ao cinema ver um filme protagonizado por Steve Reeves e no fim, quando saiu da sala, interiorizou esta ideia:
    "A partir de agora das duas uma: ou continuas a ser um inútil e um vadio o resto da tua vida ou tornas-te num homem como o Steve Reeves".
    Este foi o ponto de partida para Stallone começar no culturismo, escrever argumentos e trabalhar no cinema até chegar ao alto patamar que hoje todos sabemos.

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  2. Esse peplum que referes fez parte de um ciclo que o Francisco Rocha fez no blogue dele. Por acaso vi-o recentemente por isso mesmo. Podem descarrega-lo aqui:

    http://mytwothousandmovies.blogspot.pt/2015/03/hercules-le-fatiche-di-ercole-1958.html

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  3. O realizador deste filme, Camilo Bazzoni, é um nome praticamente desconhecido nestas andanças mas curiosamente o seu irmão Luigi Bazzoni também realizou um western (ou pseudo-western) em 1968 chamado "O Homem, o Orgulho e a Vingança" com Franco Nero, Klaus Kinski e Tina Aumont.

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  4. O argumento deste filme (da autoria de Steve Reeves) é baseado num romance western chamado "Judas Gun", da autoria de Gordon D. Shirreffs.

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  5. Pelo menos na cidade onde moro, Vitória da Conquista, Bahia, Brasil, foi um sucesso medonho. Vi a fita duas vezes no Cine Eldorado. Naquele tempo, as pessoas iam mais ao cinema pelo ator. Steve Reeves era figura carimbada. Tenho este filme em DVD e continua sendo boa matinê...

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    1. Sem dúvida que, naqueles anos, Steve Reeves arrastava multidões às salas de cinema do mundo inteiro.

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  6. Tenho o DVD da Code Red já há algum tempo mas ainda não teve direito de ir fazer um rodopio ao leitor. No mercado ibérico está disponível a versão da Impulso, que se bem me recordo é decente.

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