9.29.2015

Mestizo (1965 / Realizador: Julio Buchs)

Primeiro western do madrileno Julio Buchs, que a maioria conhecerá destas andanças graças ao vigoroso “Quei disperati che puzzano di sudore e di morte” de 1969, onde orientou um elenco de estrelas, encabeçado por George Hilton e pelo finado Ernest Borgnine. Mas em comum com esse filme apenas alguns traços do western tipicamente europeu: a vingança, claro está! Neste “Mestizo”, erroneamente transformado em “Django non perdona” para o mercado transalpino, temos um caçador mestiço no encalce dos responsáveis pela morte da sua irmã (na tal versão sotto-Django, a irmã é transformada em esposa), que encontra enforcada depois de violada por um oficial da polícia montada canadiana.

Num cast sem estrelas, coube ao argentino Hugo Blanco o papel do mestiço (nalguns países, Django).

Até aqui nada de novo, mas felizmente a trama torna-se muito mais sumarenta por esgravatar as sensibilidades raciais e sobretudo por se misturar com os eventos históricos da nação Canadiana. Neste caso, a segunda revolta dos índios e mestiços liderados por Louis Riel, contra as forças colonizadores (1).

Gustavo Rojas e Hugo Blanco, ironicamente de costas voltadas neste emocionante fim de capitulo.

O carácter madrugador desta produção espanhola confere-lhe alguns traços mais comuns aos westerns clássicos e ao cinema de aventuras, e não tanto ao western-spaghetti ultraviolento. Mas isso não é necessariamente mau, uma vez que a fórmula resulta com algum efeito. E para tal bem se pode dar graças ao exército espanhol, que fornece um número abismal de figurantes para a batalha final. Coisa digna de uma daquelas produções endinheiradas, que efectivamente não foi o caso!

1 Rebelião de Saskatchewan: http://en.wikipedia.org/wiki/North-West_Rebellion

2 comentários:

  1. Como foi bem mencionado, apesar do tema da vingança, o filme anda sempre numa linha semelhante ao western americano e afasta-se do western europeu.
    Quanto ao número elevado de figurantes, naquela época e naquela zona de Espanha não era preciso muito dinheiro para conseguir umas boas centenas de pessoas a participar no filme.

    ResponderEliminar
  2. Não foi caso único em que o exército espanhol cede figurantes e know-how técnico. Gostei do resultado. Não me importava de o voltar a ver com uma qualidade de imagem melhor do que a versão que encontrei. E por falar nisso, a quem interesse procurem-no aqui:

    ulozto.net/xkY68YEA/django-non-perdona-a-k-a-mestizo-julio-buchs-1965-dvb-rip-castellano-mkv

    ResponderEliminar